PEDIATRIA UFF
Caso
da Emergência Pediátrica
Criança de três meses, não vacinada, com evolução de uma semana com tosse coqueluchoide, febre, dispnéia, batimento de asas nasais, retração subcostal (vide foto) e edema palpebral bilateral causado pela tosse. Pais com quadro respiratório semelhante. Piora progressiva da dificuldade respiratória, desenvolvimento de hemorragia pulmonar e óbito.
Síndrome Pertusis
Tem início com sintomas catarrais leves de vias respiratórias superiores e pode progredir com tosse paroxística e estridor inspiratório seguido de vômito. Febre pode estar ausente ou ser mínima. Os sinais tem uma regressão gradual. Em crianças abaixo de seis meses a apnéia é uma manifestação comum e o estridor pode não estar presente. A duração da doença em casos não complicados é de seis a 10 semanas. Essa síndrome é particularmente grave em crianças menores de 1 ano. Complicações incluem convulsões, pneumonia, encefalopatia e morte. Os possíveis agentes são bordetella pertussis, bordetella parapertussis, clamydia trachomatis, citomegalovirus e certos adenovirus. Seu tratamento inclui : hospitalização obrigatória em crianças abaixo de seis meses ou naqueles com doença grave (tosse intensa paroxística, apnéia, cianose, dificuldade para se alimentar ou outra complicações); A droga de escolha é a eritromicina (40 a 50 mg/kg/dia, via oral, quatro doses diárias) durante 14 dias. A sulfametoxazol + trimetropina pode ser utilizada. Mais recentemente vem crescendo a utilização de claritromicina; Cortisona vem sendo utilizada nos casos de maior gravidade. O isolamento respiratório deve acontecer até cinco dias após o início da eritromicina ou até três semanas após o início da tosse paroxística.
Fonte : American Academy of Pediatrics. Red Book 1994. p 355-67.
Caso : Professor Israel Figueiredo Junior